Tecnologias nucleares têm ampliado vigorosamente a sua esfera de utilização e logo vão se equiparar às tecnologias da informação (TI), considera Denis Kovaliêvitch, diretor executivo do complexo de empresas de tecnologias nucleares do Centro Russo de Inovações Skôlkovo.

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Um novo projeto desenvolvido pela direção do centro Skôlkovo tem como objetivo promover a colaboração científica e comercial entre as economias integrantes da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) no campo das aplicações das tecnologias nucleares (medicina, ecologia, segurança de transporte, segurança de alimentos).

 “No nosso entendimento, o mercado dos países asiáticos e o mercado de tecnologia nuclear são igualmente promissores”, afirma Kovaliêvitch.

“Tanto eu quanto os meus colegas na Rússia acreditamos que as tecnologias nucleares têm boas chances, já num futuro próximo, de se transformar na base tecnológica da maioria das indústrias contemporâneas, assim como aconteceu 50 anos atrás na microeletrônica e, na última década, na construção nanométrica de materiais”, completa.

Segundo os especialistas, esses mercados estão crescendo agora e vão aumentar num ritmo ainda mais intenso do que a própria energia atômica. Atualmente, o mercado mundial da TN na faixa do U$200 bilhões já se compara às dimensões do mercado de serviços no campo da energia atômica.

Considerando um ritmo médio de crescimento de 10% ao ano, ele vai inevitavelmente ultrapassar o setor energético. Além disso, o escopo de desenvolvimento do setor atômico inclui não menos de 500 produtos e tecnologias. “Uma em cada cinco das 100 corporações mundiais mais importantes utiliza algum tipo de TN em seus processos de produção e tecnologia”, ressalta Kovaliêvitch.

O presidente do fundo Skôlkovo, famoso empresário russo e ex-membro da Academia Russa de Ciências, Víktor Veksselberg, compartilha a posição do diretor do complexo de tecnologias nucleares.

Ele afirma que, mesmo antes do lançamento do projeto Skôlkovo, já havia refletido sobre as perspectivas de investimento em tecnologias nucleares. “Nos meus planos”, diz ele, “estava a ampliação dos investimentos nesse setor, tanto no mercado da medicina nuclear quanto em outros campos.”

Os desenvolvedores da tecnologia e os próprios médicos trabalham cada vez mais com precisão nanométrica. No entanto, o potencial científico acumulado na Rússia em sessenta anos de aprimoramento dessas tecnologias nucleares não foi convertido em posições no mercado. “Por isso o interesse pela abertura de novos negócios”, arremata. 

Criado por determinação do governo da Rússia como instrumento de apoio a inovações e à tecnologia do futuro, o programa será colocado em prática ainda neste ano.

Além disso, a tecnologia baseada na radiação é há muito tempo utilizada na prospecção geológica, extração mineral e em outras áreas.

 

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